Nos últimos anos, a entrada de mulheres na ciência, assim como em outras áreas historicamente dominadas por homens, vem ganhando o apoio da sociedade. Existe, inclusive, um movimento global para incentivar meninas a aprenderem sobre ciência, tecnologia, engenharia e matemática – que deu origem à sigla STEM (science, technology, engineering and mathematics), em inglês.
Nesse cenário, a tecnologia é uma das portas para incluir mulheres no mercado de trabalho e impulsioná-las em suas carreiras. E, por sua vez, ajuda a desenvolver o conhecimento em maior escala.
Quer saber mais sobre mulheres na ciência? Leia o texto logo abaixo!
Benefícios da diversidade nas ciências
Empresas que privilegiam a diversidade em seus quadros de funcionários registram índices melhores de desempenho e resultados.
Ao mesmo tempo, a presença delas em equipes de trabalho traz novas perspectivas e vivências sobre os assuntos, o que ajuda a antecipar problemas e oferece soluções novas.
De maneira igual, organizações conhecidas por montarem times diversificados, com diferentes trajetórias e experiências, ganham um importante ativo para atrair novos talentos em processos de recrutamento.
Dessa forma, desde 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) e sua agência para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) celebram o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência em 11 de fevereiro.
A data relembra a importância de cientistas e pesquisadoras, número que ainda não ultrapassa 30% de todo o contingente científico, de acordo com um levantamento da própria Unesco.
Pioneiras: mulheres que mudaram a tecnologia e a ciência
A presença feminina nas áreas STEM sempre existiu, ainda que não houvesse incentivo para isso.
Assim, uma das iniciativas dedicadas a encorajar a presença feminina em áreas STEM é celebrar mulheres que contribuíram para que esses campos de conhecimento tenham chegado ao patamar atual.
É pelo exemplo de mulheres que se tornaram referência em suas áreas de atuação. E que outras meninas podem se inspirar a trilhar seus próprios caminhos, contribuindo para a evolução da ciência.
Nesse sentido, um dos nomes mais famosos é o de Augusta Ada Byron King. Conhecida como Ada Lovelace, ela é considerada a primeira pessoa a escrever uma linha de código no mundo.
Ada Lovelace, a primeira programadora
Nascida em 1815, Ada Lovelace foi a única filha legítima do poeta inglês Lord Byron com a matemática Annabella Milbanke. Criada pela mãe, Ada cresceu estudando ciências, lógica e matemática.
Casou-se com o aristocrata William King, que viria a se tornar Conde Lovelace. Em 1833, Ada conheceu o cientista Charles Babbage, que desenhou o que é considerado, hoje, o primeiro computador do mundo.
Eles trabalharam juntos por muitos anos em um projeto para construir uma grande máquina de cálculos capaz de mudar as operações automaticamente.
Atualmente, esse dispositivo, que nunca chegou a ser montado, é reconhecido como o desenho do primeiro computador da história.
Enquanto trabalhava com Babbage, Ada traduziu a publicação científica Sketch of an Analytical Engine (esboço de um motor analítico, em tradução livre) e adicionou diversas anotações próprias.
Ela não só dobrou o tamanho do texto original, como incluiu ao trabalho o que viria a ser um rascunho do primeiro software já criado. Como resultado, ganhou o posto de primeira programadora da história.
Física, química, programação…
O trabalho de Ada foi realizado em uma época na qual a presença do sexo feminino na ciência não só era incomum, como também desestimulada.
Ainda assim, Ada e outras mulheres que não receberam tantos incentivos deixaram legados dos quais nos beneficiamos até hoje.
Sob o mesmo ponto de vista, outro dos nomes famosos é o de Marie Curie, cientista polonesa e primeira vencedora de dois prêmios Nobel – e também a única a ganhá-los em áreas diferentes.
O primeiro reconhecimento, em parceria com seu marido, o também cientista Pierre Curie, foi fruto do desenvolvimento da teoria da radioatividade, em 1903.
O segundo, em 1911, foi devido à descoberta dos elementos químicos polônio e rádio a partir de técnicas de isolamento de isótopos radioativos.
Ainda, na metade do século passado, a contra-almirante norte-americana Grace Hopper conduziu um trabalho pioneiro em tecnologia para computadores.
Ela inventou o compilador, programa que ajuda a traduzir instruções escritas para códigos que serão lidos por computadores. A invenção permitiu a criação de uma das primeiras linguagens de programação, a COBOL, em 1959.
…e astronomia
Um pouco antes da invenção da COBOL, em dezembro de 1943, o Comitê Nacional para Aconselhamento sobre Aeronáutica (NACA, do original em inglês National Advisory Committee for Aeronautics) estabeleceu uma unidade repleta de mulheres afro-americanas que eram consideradas “computadores humanos”.
O NACA é a agência espacial antecessora à NASA. Na época, as mulheres eram chamadas de “West Computer” por estarem segregadas na ala oeste do Centro de Pesquisa de Langley. Elas faziam análises de dados e cálculos para os engenheiros especiais.
Entre elas, estavam Dorothy Vaughan, que se tornou gerente do complexo em 1949; Mary Jackson, a primeira engenheira afro-americana a trabalhar na NASA; e Katherine Johnson, que usou seus conhecimentos em matemática para ajudar a trazer os astronautas da Missão Apollo de volta à Terra, após viagem à Lua.
Mulheres em vagas STEM
Atualmente, exemplos femininos que apoiaram a evolução da ciência e da tecnologia não faltam. No entanto, é importante dar visibilidade a essas profissionais desde cedo, para que meninas tenham mais interesse em matérias escolares como matemática, física e química e escolham seguir essas trajetórias.
Hoje, apesar de serem maioria nos cursos de graduação no Brasil, as mulheres têm baixa representatividade em carreiras de ciências exatas.
Dados do Censo da Educação Superior de 2019, conduzido pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mostram que apenas 13,6% dos alunos graduados em computação e tecnologias da informação são mulheres.
Ao mesmo tempo, nos cursos de engenharia, produção e construção, a proporção de alunas concluintes sobe para 37,3%.
No mercado de trabalho
Segundo um levantamento da organização sem fins lucrativos Catalyst, em 2019, as mulheres representavam 47% de toda a força de trabalho no mundo.
Por outro lado, apenas 26% dos cargos na área de tecnologia são ocupados por elas, segundo dados da empresa de hospedagem de sites DreamHost.
No Brasil, a presença feminina na área de TI vem crescendo a passos tímidos. A plataforma de recursos humanos Revelo mostrou que a contratação de mulheres em tecnologia aumentou de 10,9% para 12,2% entre 2017 e 2020. Ainda que essa seja uma pequena vitória, existe um longo caminho de inclusão a ser percorrido.
Uma figura que popularizou a função de programadora no País foi a CEO da startup MasterTech Camila Achutti.
“Quero que a gente reconheça o poder da comunicação. O poder da lógica. O poder da colaboração. O poder da diversidade”
Ainda, há aplicativos e sites que disponibilizam, gratuitamente, ferramentas para ensinar a programar, por exemplo. São iniciativas como o Reprograma e o B2mamy, ambas focadas em reduzir o abismo entre gêneros no setor de tecnologia.
Como a tecnologia apoia as mulheres na ciência
Diversos dispositivos tecnológicos auxiliam a expansão de mulheres nos campos de computação e ciências. Aqui, listamos algumas ferramentas que podem ajudar a promover a inclusão digital feminina:
Cloud
Soluções em nuvem ajudam a democratizar o acesso a ferramentas, já que permitem o acesso remoto a informações e sistemas a partir de qualquer dispositivo ligado à internet.
Vale destacar que o Gartner prevê um aumento mundial no investimento nessa tecnologia em 18% no ano de 2021.
Para utilizá-la, não é necessário gastar altos valores na compra de hardwares com capacidade de processamento mais adequada: qualquer smartphone, tablet ou computador pode viabilizar conteúdos educativos. E uma forma das mais eficientes de oferecê-los à equipe é por meio do aluguel de equipamentos.
Conectividade
Uma conectividade robusta é essencial para assegurar a boa experiência digital de aprendizado. Além disso, ajuda a manter plataformas colaborativas, mesmo a distância.
Nesse sentido, é importante assegurar uma conexão de qualidade nas escolas, por exemplo, estimulando meninas a utilizarem computadores e a se familiarizarem com dispositivos e softwares.
Isso pode ajudar a gerar interesse em aprender mais sobre tecnologia.
Big Data
O Big Data é a tecnologia capaz de coletar, guardar, processar e analisar uma vasta quantidade de informações.
A solução ajuda a processar bancos de dados informatizados de pesquisas ou levantamentos, por exemplo, possibilitando análises mais acertadas e a tomada de decisões mais seguras.
Esse tipo de análise pode ajudar mulheres na ciência a tomarem decisões mais assertivas e precisas em seus ramos de pesquisa.
IoT
Finalmente, a Internet das Coisas (IoT, do inglês Internet of Things) é um conceito que permite a conexão entre objetos inanimados usando a internet. Assim, a tecnologia promove novos usos para os dispositivos.
Mulheres podem usar a Conectividade e a IoT para propor soluções a diversos problemas de negócios – inclusive os mais específicos do público feminino, criando femtechs – startups.
Essas empresas de tecnologia são criadas por mulheres e pensadas em suas necessidades, em especial no campo da saúde, como explica o blog da B2Mamy.
Como exemplo, já existem empresas desse tipo que ajudam a lidar com métodos contraceptivos, apoiam a amamentação e até auxiliam durante a menopausa.
Esse é o caso da britânica Elvie, por exemplo, que traz inovações pensadas para mulheres mães de recém-nascidos e da empresa brasileira Natural Cycles, que fornece um método contraceptivo digital.
O papel da tecnologia na educação
“O mundo está percebendo que não só um homem, branco e cis — o que chamamos de ‘brogrammer’ [bro, de brother] — pode programar. Qualquer pessoa consegue. Quando as alunas saem [do curso da {reprograma}], parecem Mulheres-Maravilha, com capa e tudo. Estão confiantes para reprogramar o mundo”
Ao mesmo tempo em que se mostra uma importante ferramenta de trabalho, a tecnologia pode auxiliar o processo de educação de meninas e mulheres.
Muito do conteúdo disponível gratuitamente na internet pode ser utilizado como complemento ao ensino, como vídeos explicativos e documentários.
A conectividade facilita a busca de referências para trabalhos escolares e universitários, permitindo encontrar resultados e respostas em todos os lugares do mundo.
Acesso à conexão de internet estável é uma das chaves para boa experiência de aprendizagem
Mesmo em tempos de isolamento social, a tecnologia propicia uma nova forma de trabalho para grupos de estudo. Com ferramentas de colaboração, é possível usar arquivos compartilhados de qualquer dispositivo com conexão à rede.
Conclusão
Mesmo com ações de incentivo, o contingente de meninas e mulheres na ciência e tecnologia ainda é baixo.
A igualdade de gênero nesses campos é um comprometimento de organizações e empresas para aumentar a diversidade, ter mais inovação e gerar melhores resultados financeiros.
Muitas mulheres tiveram papel importante na evolução das ciências. E é essencial relembrar seus nomes e feitos e incentivar jovens a descobrir afinidades com profissões relacionadas a exatas.
Nesse sentido, a tecnologia é uma porta de entrada com diversas possibilidades de profissões. E também uma ferramenta para democratizar o acesso à educação.
Para ajudar as empresas a acelerarem suas jornadas de digitalização, soluções como armazenamento em nuvem, Internet das Coisas (IoT), conectividade e big data fazem parte dos serviços oferecidos pela Vivo Empresas, que atua como um verdadeiro parceiro tecnológico nesse processo.
Há, ainda, serviços de segurança da informação, aluguel de equipamentos de microinformática e de ferramentas de colaboração.
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